Por: Jorge Eduardo Magalhães
Prezado Editor,
Nesta Epístola, prometi lhe revelar como tive influência na morte de Joãozinho de Belzebu. Você ficará surpreso com minha narrativa, tão repleta de perspicácia e sordidez. Foi um trabalho lindo, uma das minhas melhores obras no que trata de eliminar um verme da sociedade.
Para não me estender demais, não detalharei as ameaças e coações que Joãozinho de Belzebu e seus seguranças armados fizeram com outras pessoas, o que não foram poucos os casos; apenas limitei-me a relatar a triste saga da professora Jussara, se não seria obrigado a escrever muitas epístolas.
Depois do relato da coação do feiticeiro e, consequentemente, o suicídio da minha cliente/confessora, fiz um levantamento sobre o mau-caratismo de Joãozinho de Belzebu e cheguei à conclusão de que ele teria de ser eliminado, de uma forma bem cruel, sem dó nem piedade.
Passei madrugadas inteiras em meu gabinete tentando arquitetar uma forma de acabar com a trajetória de maldades do feiticeiro e, para minha sorte e tristeza, aconteceu o sórdido crime em que o menino fora assassinado em Sepetiba, reduto de Joãozinho de Belzebu.
O feiticeiro não teve nada a ver com esse crime (depois conto quem foram os responsáveis), mas aproveitando o ensejo, mobilizei minha equipe de querubins para espalhar nos bares do Grande Rio, principalmente na Zona Oeste e, especificamente, nos arredores de Sepetiba, de que Joãozinho de Belzebu tinha sido o responsável pelo horrendo infanticídio. Todos esses boatos geraram uma enorme revolta por parte da população e creio que não é preciso contar o resto.
Foi lindo ou não foi? Um golpe de mestre. Matei o malfeitor por tabela.
Cordialmente,
O Anjo Epistolar
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Esse cara é louco! Parece um espião que tudo sabe. Curioso.👏👏👏👏👏