Por: Jorge Eduardo Magalhães
Prezado Editor,
Foi muito interessante a matéria acerca do suicídio de Abílio Lustosa. Será eu o seu Mentor Espiritual? Pode ser que sim, pode ser que não. Deixa o imaginário das pessoas e a polícia cuidarem disso, e vamos a uma narrativa mais interessante
Antes de eu revelar a autoria do infanticídio, em Sepetiba, é conveniente voltar há uns trinta anos e poucos anos, quando, após a uma enchente e uma mulher perder o pouco que tinha, em seu humilde casebre, na Baixada Fluminense, foi obrigada a recorrer ao abrigo na morada de seu irmão, que era zelador de um prédio, no Jardim Botânico.
Seu irmão conversou com o síndico, dizendo que era algo provisório, e ela se estabeleceu no cafofo dele, junto com o filho. Além de viver com o irmão, conseguiu prestar alguns serviços aos moradores do prédio para ganhar alguns trocados, como fazer faxina e passar roupa, trabalhos que fazia com maestria.
De vez em quando, levava seu filho nesses apartamentos em que ia prestar seus serviços, dentre os quais, na casa dos pais do menino Paulinho, mais ou menos da idade de seu filho, e travaram uma breve amizade, inclusive brincavam juntos no playground do prédio.
O sobrinho do zelador ficou fascinado pela vida do menino Paulinho, não só pelo seu apartamento, pelo quarto com diversos brinquedos caros, mas também pelo seu carisma, pois onde Paulinho estava, as outras crianças e até os pais de seus colegas se aproximavam dele. Tinha uma luz própria.
Quando as outras crianças e adultos se aproximavam de Paulinho, geralmente ignoravam o filho da irmã do zelador, era como se ele não estivesse ali; mas, mesmo assim, permanecia ali perto do amigo. Tinha uma fascinação por ele e, na verdade, queria ser ele. O filho da faxineira era o Cabo Gervásio.
Peço desculpas, mas me sinto exausto para continuar. na Oitava Epístola darei continuidade a esta narrativa; enquanto isso, deixo-o à vontade para se deleitar com a curiosidade dos leitores de seu pasquim.
Cordialmente,
O Anjo Epistolar
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Muito curioso como ele sabe de tudo.