Por: Jorge Eduardo Magalhães
Minha avó me contava que, quando a capital do país foi transferida para Brasília, algo de diferente surgiu no Rio de Janeiro, como se tivesse perdido algo na atmosfera da cidade.
Era justamente assim que eu me sentia depois que Lisa havia encontrado a foto de minha esposa. Aparentemente, tudo parecia como antes; a moça me tratava com o mesmo carinho de antes, aliás, parecia até mais afetuosa, mas algo diferente na atmosfera pairava no ar.
Dentro das aparências, tudo estava indo muito bem, minha vida conjugal perfeita, apesar da diferença de idade. O Patrulha Carioca era um enorme sucesso no quesito imprensa sensacionalista, principalmente depois do “Anjo Epistolar” e da última epístola enviada, reacendendo as suspeitas em torno da identidade do Monstro de Sepetiba, cujo maior suspeito era o Cabo Gervásio.
Contudo, sentia algum incômodo na atmosfera, não só em relação à Lisa, mas em outros fatores da minha vida. Era como se minha companheira e as demais pessoas me olhassem de forma estranha, como se dissessem que sabiam do horrendo ato que havia cometido.
Lisa, como disse, tratava-me com muito carinho, mas algo diferente estava em seu sorriso, em seu olhar. Parecia esconder algo… alguma coisa ameaçadora estava por trás de todo aquele jeito meigo e sensível como me tratava desde que encontrara aquela foto.
Aliás, não sabia onde ela havia encontrado aquela foto, pois tinha total convicção de que havia me livrado de todas. Havia algo estranho no ar. Precisava descobrir o que estava acontecendo. Ou será que o problema seria eu? Será que eu estava enlouquecendo?
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Como ele não desconfiou, claro que essa Lisa não apareceu à toa.