Por: Jorge Eduardo Magalhães
Na noite seguinte, Lisa me perturbou para irmos a uma balada, em uma boate, em Botafogo. Confesso que desde jovem, nunca fui chegado a esse tipo de programa, mas estava fascinado pela versão jovem de minha esposa e, mesmo sem vontade, cedi aos seus apelos.
Lisa demorou no banho mais do que o comum e vestiu um lindo vestido curto, preto, tubinho e se maquiou minuciosamente. Achei tudo aquilo muito diferente de seus hábitos rotineiros, fora o creme e o perfume que passara por todo o seu corpo. Estava ainda mais linda, mas silenciosamente misteriosa.
–Você está linda! – disse tentando disfarçar meu mau pressentimento.
– Que bom que gostou! – tive a impressão de que seu tom era de ironia.
Algo me dizia para não irmos àquele local, mas era escravo das vontades daquela jovem mulher e não poderia recusar qualquer pedido. Fomos em silêncio até Botafogo. No caminho, através de seus gestos corporais, percebia certa ansiedade nela em chegar logo.
Chegamos e a boate ainda estava vazia, pois as pessoas estavam chegando. Percebi que Lisa estava dispersa e olhava para todos os lados, como se estivesse aguardando alguém chegar. Perguntei-lhe o que estava acontecendo e ela disse que nada.
Aos poucos, a boate começou a lotar. Sem me dizer nada, nem ao menos olhando para mim, Lisa se levantou da mesa e foi para a pista dançar com um rapaz que não era estranho. Mexiam seus corpos, de forma sugestiva, ao som de uma barulhenta música eletrônica.
Por alguns minutos, fiquei pasmo com aquela cena, sem acreditar no que estava acontecendo e, no fundo, curioso para ver onde aquilo tudo pararia, mas fora de mim, desprovido de todos os sentidos, levantei-me, puxei Lisa pelo braço e a arrastei para fora da boate.
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Estranho mesmo. Só provocando o homem. Aonde vai dar isso?