O ANJO EPISTOLAR: CAPÍTULO 54 – A volta da Rinha das Gordas

Por: Jorge Eduardo Magalhães

Nem poderia imaginar que o Cabo Gervásio, assassinado junto com sua esposa, Conchita e a avó de sua cônjuge, Manuelita Hernandes, tivesse alguma ligação com as vítimas do crime do Jardim Botânico, ambos os casos muito abordados no Patrulha Carioca.

Tal ligação não surpreendeu somente a mim, mas também aos leitores do jornal, gerando várias expectativas e especulações, principalmente a de que Gervásio seria o Monstro de Sepetiba e o assassino do casal, por inveja ou despeito, devido ao sucesso de seu ex-amigo; ao mesmo tempo, muitas pessoas, inclusive colegas de corporação, diziam que Gervásio era um covarde e um tolo e, sendo assim, não teria coragem de praticar tais atos.

O jornal era um tremendo sucesso. Até minha saudade de Lisa estava se esvaindo lentamente. A repercussão foi tanta que até a Rinha das Gordas, enfraquecida com a morte de Conchita, foi reativada; inicialmente não com a mesma força de outrora. Entretanto, seria uma atividade promissora e de muito sucesso, com a cobertura do meu jornal, que logo postei a manchete “A volta da Rinha das Gordas”, cuja favorita era sempre a pernambucana Josefa da Conceição, que vencia quase todas as lutas e a maioria das apostas eram para ela.

Sem Conchita, parecia que as lutas eram mais naturais, mais competitivas, sem nenhuma encenação. Josefa quase sempre vencia, porque, de fato, era a melhor e os apostadores davam seus lances com maior segurança. Em pouco tempo, graças ao meu jornal, a modalidade foi se tornando ainda mais conhecida.

Tirando o lado emocional, minha vida estava caminhando bem. Pensei até em viver em um apartamento maior em um bairro melhor.

NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.

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