Por: Jorge Eduardo Magalhães
Prezado Editor,
Fico feliz por mais um sucesso neste teu jornal sensacionalista, explorando a morte da criança que foi vítima do Monstro de Sepetiba. Não canso de repetir que, embora seja um grande canalha, de fato, tem muito talento na especulação das maiores tragédias que acontecem.
Venho por esta revelar que tive, sim, participação na morte da mãe do menino. Calma. Não, ela não foi assassinada, de fato, cometeu suicídio, influenciada por um dos querubins da minha falange que a convenceram a tirar a sua própria vida como forma de purificação.
Na verdade, ela não era inocente ou uma vítima como as pessoas estão pensando. O filho dela não desapareceu simplesmente como falou em seu depoimento. O que realmente aconteceu foi que ela vendeu o filho em troca de dinheiro para sustentar o seu vício em drogas.
As pessoas devem estar se perguntando como ela fez algo tão sórdido e depois se debulhava em lágrimas, prestando depoimento à Polícia. O fato é que ela, em seu momento de lucidez e sobriedade, deu-se conta da gravidade do ato que havia cometido e se arrependeu.
Contou isso a um dos meus querubins, dizendo que queria se entregar à polícia e confessar tudo. Em um gesto de bondade e de piedade, meu querubim a convenceu de desistir dessa ideia e tirar a própria vida para se purificar e se encontrar com seu filho em outro plano.
Foi através dela que minha falange fez um minucioso levantamento, e conseguiu descobrir o grupo que estava por trás do sacrifício de crianças e seus líderes, a quem utilizei um dos meus instrumentos para lhes tirar a vida, mas isso revelarei em uma próxima epístola.
Cordialmente,
O Anjo Epistolar
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Esse anjo descobre o que a polícia não consegue.