O ANJO EPISTOLAR: CAPÍTULO 57 – O poder de um Anjo

Por: Jorge Eduardo Magalhães

A partir do suposto suicídio da mulher, em Sepetiba, foram levantados muitos questionamentos acerca da veracidade das narrativas do Anjo Epistolar. Embora todos os suicídios e assassinatos que ele revelou foram, de fato, constatados, também puseram em xeque todo o seu poder de descobrir a autoria dos assassinatos e o seu dom de convencimento em induzir pessoas a matarem e a cometerem suicídio.

Relato a todos esses questionamentos, baseado nas mensagens que, na época, recebi de diversos leitores do Patrulha Carioca e a todos enviei a mesma resposta; aliás, tinha até um texto padrão em que só copiava e colava: respondia que publicava, na íntegra, os textos que o Anjo Epistolar enviava para a redação do jornal, sem acrescentar nenhuma vírgula a mais.

A mentalidade das pessoas é algo fértil, e houve alguns leitores especulando que o Anjo Epistolar fosse um paranormal, que descobrisse os crimes em suas visões, outros que seria um psiquiatra ou um terapeuta, cujos pacientes lhe confessavam os seus tenebrosos atos ou até um líder religioso.

Embora o sucesso do jornal tivesse me trazendo uma estabilidade financeira, algo na atmosfera me incomodava, não só o desaparecimento de Lisa, que, com o tempo poderia ser superado, mas havia um certo pressentimento, alguma coisa no ar que me deixava apavorado. Tinha a impressão de que alguém sabia do que eu havia feito.

Pensava sobre isso todos os dias e tentava respirar fundo, tentando convencer a mim mesmo que eu estava impressionando, imaginando coisas que não existiam. Fingia achar graça de mim mesmo e aliviar o meu coração. Precisava mudar minha vida, quem sabe futuramente, passar um tempo fora da cidade.

Naquela semana, meu coração gelou quando recebi uma estranha mensagem de um número de telefone desconhecido.

NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.

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