Por: Jorge Eduardo Magalhães
– Lisa?
– Oi… – disse sem jeito.
– O que você está fazendo aqui?
– Resolvi voltar.
Tive o impulso de chamá-la de ordinária, acusando-a de ter sido ela a autora das mensagens ameaçadoras, mas me contive.
– É assim? Você fez o que fez, revelou-me tudo o que fez e ainda tem a desfaçatez de voltar como se nada tivesse acontecido?
Imediatamente, Lisa correu até mim e me abraçou aos prantos.
– Desculpe! Eu te amo! Tudo aquilo que falei era mentira, eu nunca te traí! Foi infantilidade minha! Inventei tudo aquilo porque estava com ciúmes da tua ex; achei que você só estava comigo porque eu me pareço com ela.
Não se pareciam, eram idênticas, pensei.
– Me perdoa.
Tentei ser o mais seco possível.
– Por que fez isso? Sempre fui tão carinhoso contigo.
– Deixa eu ficar.
Queria mandá-la embora, dizer para nunca mais me procurar, mas não tive coragem.
– Vamos subir.
Preparei um café para Lisa e fizemos um amor ardente. Fiquei pensando se era a autora das mensagens. Terá sido Lisa? Era a pergunta que não saía da minha mente.
Levantei-me. Olhei-a adormecida na cama, completamente nua. Fiquei por alguns instantes contemplando aquela imagem. Fui verificar a caixa de e-mail do jornal. O Anjo Epistolar havia enviado sua “Décima-Primeira Epístola”
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Não deveria confiar.