Por: Jorge Eduardo Magalhães
Prezado Editor,
Vamos continuar a trajetória do Cabo Gervásio, que foi viver com Conchita e sua avó no Catumbi, unindo o útil ao agradável. Vivia ao lado da mulher amada, e ia e voltava a pé para o trabalho. Estava feliz e, embora houvesse o contraste do casal, ele macérrimo e ela imensamente gorda, ambos estavam felizes. Fora que Gervásio também era prestativo, ajudava nas compras e nas atividades de Dona Manuelita, que sofria de obesidade mórbida.
Gervásio ainda não havia criado coragem de falar com a avó de sua esposa sobre a mandinga para ele se transformar em Paulo Alberto, passar para seu corpo e, percebendo que ele não se decidia, fui até a casa de Manuelita conversar com ela quando Gervásio estava de serviço para convencê-lo a fazer o trabalho.
Manuelita disse que isso exigia que a pessoa que tivesse o corpo possuído teria que ser sacrificada. Consegui convencê-la sob o argumento de que Gervásio era um fraco, um covarde e não teria coragem de colocar o seu plano em prática. Para estimulá-la, dei-lhe uma considerável quantia. Convenci-a ainda de que imolasse a esposa do médico também, sob o pretexto de Conchita passar para o seu corpo.
Apesar de receosa, Manuelita aceitou instigá-lo a fazer o trabalho de magia negra e se apoderar do corpo de Paulo Alberto, talvez pela certeza de que ele não teria coragem e pela alta quantia que lhe entregara, que daria para se manter por quase um semestre.
Aqueles três seriam instrumentos para poder fazer a justiça que a lei não consegue fazer.
Continuamos na próxima epístola.
Cordialmente,
O Anjo Epistolar
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Muito loucos! Só pessoas neuróticas pra pensarem um plano desses!