Por: Jorge Eduardo Magalhães
A professora primária Jussara Alves da Silva, 38 anos, moradora de Santa Cruz, lotada em uma escola municipal do bairro onde residia, atirou-se da janela seu apartamento no quarto andar, em um conjunto habitacional. Era solteira, não tinha filhos, morava com os pais e um irmão mais novo, viciado em drogas.
Jussara não morreu imediatamente. Sofreu um traumatismo craniano, além de quebrar outros ossos e ficou uma semana em coma no hospital. Embora parecesse um caso banal, meu instinto jornalístico me disse que seria interessante criar narrativas a partir deste trágico fato.
Assim que soube do falecimento de Jussara, criei uma coluna no jornal, intitulada de “O suicídio da professora”, onde especulei os mais diversos motivos para o seu desesperado ato. Cheguei até a propor algumas motivações, que poderiam ser decorrentes das péssimas condições de trabalho que sofria na escola, de um amor frustrado ou do irmão viciado tê-la coagido.
Na conversa, com familiares, sua mãe viúva, que só tinha Jussara como filha, dissera que ela sempre foi muito introvertida, mas que, ultimamente, andava muito mais calada e triste. As colegas de trabalho, praticamente indiferentes, revelaram que ela era muito estranha e pouco se comunicava com o restante do corpo docente; os alunos, por sua vez, entre sorrisos diziam que ela era maluca.
Olhando suas fotos, percebi que não era feia, um banho de loja a deixaria até charmosa. Senti dó da morte da professora e não peguei muito pesado no meu sensacionalismo. Afinal, ela parecia ser uma pessoa solitária, assim como eu. E, como antes, este caso também teve uma boa repercussão para o Patrulha Carioca.
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Muito bom! História cativante .