Por: Jorge Eduardo Magalhães
Prezado Editor,
Sem nenhuma falsa modéstia, realmente, dei um golpe de mestre. Forjei uma denúncia anônima. A Polícia foi com a intenção de me pegar, colocar em descrédito meu relato acerca dos Junqueira Porto e o que encontraram foi, justamente, provas que legitimaram minhas narrativas.
Tinha consciência de que isso aconteceria; afinal de contas, é sempre complicado quando certos delitos envolvem pessoas poderosas e bem relacionadas. Parece que a família dos criminosos pagou a grande mídia para silenciar sobre o terrível ato dos seus; mas você se tornou imbatível.
Meus parabéns. O teu jornal está sendo um forte aliado no combate contra o crime e na denúncia desse malfeitores. Ajudamos um ao outro, simultaneamente, o teu jornal foi um importante instrumento para denunciar crimes que ficariam sem resolução, e eu aumentei a credibilidade do teu jornal, antes, apenas lido por aqueles que apreciam jornalismo sensacionalista.
Mesmo com o silêncio da grande mídia em relação a esse último caso, certamente, devido ao enorme pavor das celebridades de, porventura, terem seus nomes associados ao casal Junqueira Porto e à boa relação da família com a imprensa e a cúpula da polícia, nossa parceria foi imbatível.
Dentro deste contexto, fiz uma teia de assassinatos por tabela, estimulando um a eliminar o outro. Eu e meus querubins apenas disseminamos notícias, jogamos um contra o outro, estimulamos as peças do tabuleiro a eliminarem ao outro ou a eles próprios. Digo peça de tabuleiro, porque a vida é um jogo e cada indivíduo é uma pedra do tabuleiro, facilmente manipulável.
Esta é a penúltima epístola. A última é ainda mais surpreendente e vai chocar a sociedade. Como já disse, você não terá como não publicar; mas adianto que depois dessa última epístola publicada, estará livre de mim para sempre.
Cordialmente,
O Anjo Epistolar
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Nossa, acho que o fim dile também está próximo.