O ANJO EPISTOLAR: CAPÍTULO 88 – A expectativa da Última Epístola

Por: Jorge Eduardo Magalhães

Tanto eu quanto os leitores do Patrulha Carioca estávamos ansiosos, na expectativa de receber a Última Epístola. Meus leitores estavam curiosos para saberem qual seria o próximo crime a ser desvendado pelo Anjo Epistolar; eu, porque estava louco para deixar tudo para trás, livrar-me daquilo.

Recebi diversos e-mails de leitores, especulando qual seria o próximo crime. Cada um apostou em um crime. Na verdade, eu não fazia a mínima ideia. Não conseguia imaginar. Na verdade, não importava de qual crime se tratava, só queria me livrar logo daquela atmosfera.

Deixaria, literalmente, tudo para trás. Só levaria uma pequena mala com uma muda de roupa e nada mais. Compraria tudo novo no longínquo lugar em que iria morar e que eu ainda não sabia onde seria. Simplesmente, queria desparecer para sempre, sem deixar nenhum vestígio, o que não seria difícil, afinal de contas, não tinha ninguém para me procurar.

Já me acostumara a ser solitário desde que minha esposa ainda era viva, vivíamos em uma solidão a dois. Apesar de amá-la loucamente, tinha a impressão de que tudo aquilo era uma representação, de que estávamos, de repente, longe do Rio de Janeiro; poderia encontrar alguém que me compreendesse, me incentivasse e aproveitaríamos bons momentos em uma relação saudável.

Meus pensamentos foram interrompidos por uma ligação. Era uma ligação privada.

NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.

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