Por: Jorge Eduardo Magalhães
Com o tempo, misteriosamente, os assassinatos das ruivas cessaram. Fiquei umas duas semanas esperando que outras mortes do Maníaco acontecessem e a polícia não tinha nenhuma pista, mas estava com sorte: outros crimes interessantes aconteceram naquele período para minha coluna “Crimes chocantes”.
O cabeleireiro Edvaldo da Silva, 40 anos, mais conhecido por suas clientes de seu salão no Centro como Ed, foi encontrado morto em seu apartamento na Rua do Rezende. O cadáver foi encontrado de bruços em sua cama, nu e com um arame fino enrolado em seu pescoço.
Imediatamente, a polícia levantou a hipótese de Ed ter sido assassinado por um garoto de programa, pois era de seu costume ter encontros íntimos com michês em seu apartamento e, por isso, a investigação vasculhou as mensagens em seu aparelho celular, verificando que havia agendado encontro com um garoto de programa uma semana antes.
Mesmo assim, o último garoto de programa que Ed havia marcado um encontro em seu apartamento, uma semana antes de sua morte, foi intimado a depor na delegacia; entretanto, o michê tinha um álibi, comprovando que estava bem longe do local no momento do crime.
Aproveitando-se desse caso, políticos e organizações não governamentais, ligados ao movimento LGBTQIA+ (acho que não faltou nenhuma letra desta sigla, que nem sei o que significa direito) aproveitaram-se do crime bárbaro para promover manifestações e passeatas, cujo mote era “Somos todos Ed”.
Não foram apenas políticos e ONGs que se aproveitaram do assassinato: acontece que esses quiseram se promover, e eu quis vender jornal. Consegui, através de um policial e em troca de um agrado, fotos exclusivas do cadáver nu, com as mãos amarradas para trás e do seu apartamento, principalmente do banheiro, repleto de revistas masculinas.
Curiosamente, a grande mídia não teve muito interesse no caso, fazendo com que eu tivesse praticamente exclusividade na cobertura de um assassinato que, segundo os militantes, fora movido pelo ódio e pela homofobia.
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Bem realista ! Muito bom!