Por: Jorge Eduardo Magalhães
– Me dá um poodle de presente? – pergunta a novinha.
– Mas é um presente muito caro. – diz o quarentão.
– Você me ama ou não.
– Amo, mas e o seu namorado, o que vai dizer?
– Já pedi, mas ele não quer me dar.
– Acho que ele não iria gostar que a namorada dele ganhasse um presente desses de um desconhecido.
– Ele não vai ligar, eu juro.
– Mas não pode ser outro cachorro?
– Não, sempre quis ter um poodle.
– Não sei.
– Prova que você me ama e me dá um poodle de presente, senão pode me esquecer.
– Mas nós não temos nada um com o outro, gosto de você, eu sou casado e você tem namorado. Você disse que não quer nada comigo. Disse para eu não perder a esperança.
A novinha se faz dengosa.
– Me dá o poodle, por favor.
– Vou pensar.
– Então me esquece.
***
Liga uma semana depois.
– O que você quer?
– Vamos nos ver hoje?
– Não dá, vou sair com meu namorado.
– Que pena. Tenho um negócio para te dar que você vai adorar.
– É o que estou pensando?
– É.
– Quando vai me entregar?
– Iria entregar hoje, mas já que não vai dar, deixa para outro dia.
– Vou te encontrar hoje.
– Mas e o teu namorado?
– Desmarco com ele, invento uma desculpa.
– Vamos marcar na mesma hora e no mesmo lugar de sempre.
– Combinado.
– Beijos.
***
– Ai que lindo!
– Que bom que gostou meu amor, me dá um abraço.
– Agora, não dá, querido, tenho que ir, tenho um compromisso.
– Senta um pouco para conversarmos.
– Agora não dá, beijos.
Pega o poodle e sai.
***
O quarentão, pela décima vez, deixa o recado para o celular da novinha que não atende.
– Por favor, fala comigo, estou com saudades, por que você me excluiu de sua página de relacionamento, vamos conversar.
A novinha não responde.
***
Uma semana depois ouve-se o grito desesperado da novinha, o quarentão mata seu poodle a pauladas.
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Caraca!!!!
Coitado do bichinho!