Por: Jorge Eduardo Magalhães
– O que foi que eu fiz? Meu Deus! A criança está inerte, inanimada! Matei-a com minhas mãos! E agora? Que bobagem que eu fiz em me envolver com a sua mãe. Sempre fui apaixonado por ela. Avisaram-me para não ir em frente, pois ela já era mãe e adorava explorar financeiramente os homens com os quais se envolvia.
Durante este ano em que estamos juntos, ouvi desrespeito da mãe e de sua cria. Aguentei tudo calado, submissamente, pois acreditava, até então que o amor era mais forte do que tudo e, com o tempo, tudo se resolveria. Aquilo era somente uma fase ruim do relacionamento.
Hoje tive a infeliz decisão em aceitar tomar conta da criança para ela se divertir de madrugada com as amigas. Ela sempre me pede isso e eu nego; mas hoje eu aceitei, quando ela disse “Você não me ama”. Cego, apaixonado, quis provar todo o meu amor por ela.
A criança fez birra, debochou de mim, até tapa me deu. Perdi a cabeça quando disse, “Você é boi! Minha mãe deve estar te chifrando agora. Já tinha falado isso outras vezes, inclusive, na frente das pessoas. Todos riam, inclusive sua mãe. Contudo, hoje, perdi a cabeça, mandando-a se calar, tapei a sua boca e o nariz, Exagerei. A criança se debateu até ficar completamente inerte.
Devia ter acabado este relacionamento há muito tempo, ou hoje, esperar que a mãe dela chegasse para dar um fim a tudo e ir embora, mas agora é tarde. Como estou arrependido de tudo. Acho que destruí a minha vida para sempre. O que será de mim agora?
Está amanhecendo, acho que irei fugir. Daqui a pouco ela chegará. Não levou a chave. A campainha toca. Deve ser ela. O que foi que eu fiz?
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Que horror!!!!
Nossa! Que trágico! Interessante, angustiante…
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