O Rio fica sem Saturnino Braga

Rio / Brasília – Morreu nesta quinta-feira (03/10), aos 93 anos, o ex-senador Roberto Saturnino Braga, do Rio de Janeiro. Ele estava hospitalizado desde o mês passado e foi transferido na quarta-feira (02/10) para o centro de tratamento intensivo (CTI), com um quadro de pneumonia. Segundo a família, ele estava em cuidados paliativos.

Saturnino, que também foi deputado federal entre 1963 e 1968, foi o parlamentar mais vezes eleito para o Senado pelo estado do Rio de Janeiro, com três mandatos. Sua primeira eleição se deu em 1974, quando assumiu às pressas a candidatura do MDB após afastamento do candidato original — o deputado Affonso Celso — por um problema de saúde. Saturnino conquistou uma vitória inesperada sobre o então presidente do Senado, Paulo Torres (Arena), que ficou sem mandato. Ele passou a integrar uma bancada oposicionista renovada, atuante, que levou a uma mudança de rumos da ditadura militar.

Prefeitura do Rio

Reeleito senador em 1982, Saturnino foi o primeiro líder da bancada do PDT no Senado (1982-1985), mas logo deixaria a Casa ao vencer a eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro em 1985. Foi a primeira disputa eleitoral na capital fluminense após a ditadura. Saturnino conquistou mais do que o dobro de votos do segundo colocado, o deputado federal Rubem Medina, numa eleição que teve 20 candidatos, todos com tempo de propaganda no rádio e na TV.

Após o mandato como prefeito, Saturnino voltou a tentar uma cadeira no Senado em 1994, mas não foi eleito. Tornou-se vereador no Rio de Janeiro em 1992 e voltou ao Senado em 1998, em expressiva vitória, derrotando o economista e ex-senador pelo Mato Grosso Roberto Campos (1917-2001). Durante o terceiro mandato, foi líder do PSB (2000) e presidente da Comissão de Relações Exteriores (2005-2007). Não tentou a reeleição e retirou-se da vida pública.

Roberto Saturnino Braga nasceu em 13 de setembro de 1931 no Rio de Janeiro. A cidade, na época, era o Distrito Federal e não integrava o estado do Rio de Janeiro. Formou-se em engenharia e trabalhou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), atual BNDES. Antes do Senado, foi duas vezes deputado federal (uma como titular e uma como suplente).

O Governador Cláudio Castro decretou luto de três dias pela morte do senado. O velório será nesta sexta-feira (4/10) no Palácio da Cidade, sede da Prefeitura do Rio.

 

Com informações de Agência Senado

Wagner Sales – Editor de conteúdo

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