Piron, era um menino muito inteligente. Bom de matemática, adorava música, vivia a assoviar. Teimoso, às vezes até birrento. Adorava jogar bola com seus amiguinhos, no final do dia. Reunia no campo de futebol com Maninho, Chiquinho, Luizinho… Ali chupava cana, e a sobra do pirulito do tabuleiro, jogava bolinha de gude, peteca…
Piron já descia o morro cantando e assobiando bem alto, para todo mundo ouvir e comprar o pirulito, que sua mãe fazia, para ele vender e ajudar na renda da casa.
…”Olha o pirulito… Troca por garrafa de litro”… E assim ele ia, todo faceiro!
Ainda ajudava nos afazeres de casa, tratava dos bichos.
Piron na verdade, era rapa do tacho, depois de 4 irmãs: Tata, Noe, San, e Ne. Sua mãe, Dona Ana, conhecida em toda a vila como Naninha, esposa do Joaquim, ensinava bons princípios aos seus filhos.
Era tamanha a felicidade de Piron, diante da possibilidade de tornar-se um “novo milionário”, vendendo pirulitos. Era uma ideia escondida na sua tola cabecinha. Coisa de criança!
Depois da aula de português do seu Afonso, eufórico pediu para sua mãe, que já estava preparado para vender pirulito e ela disse que só faria os mesmos a noite.
Piron ficou todo ansioso esperando o dia seguinte, não via a hora de chegar o momento de preparar os pirulitos.
A grande panela foi colocada no fogo, as irmãs ajudando a mãe e Piron xeretando ao redor, até que ela pediu que ele fosse fazendo os canudinhos e colocando-os no tabuleiro.
Feito isso, Dona Naninha colocou a calda, esperou um pouquinho e colocou os palitos. Pronto! Os pirulitos já estavam prontos, era só aguardar outro dia e sair para vendê-los.
Todos na vila já sabiam que aquele menino que vinha cantarolando, com o tabuleiro de pirulitos na mão, era o filho da Naninha.
Um dia, Piron foi correndo para o campo jogar bola, desceu o morro como um foguete, de tão rápido, com o tabuleiro de pirulito, e foi direto para o campo de futebol, já todo cansado, trocou de roupa, no meio do mato e se apresentou ao treinador do time o Sr Salvador, enrolou o tabuleiro de pirulito no pano de prato e foi jogar bola. Ele estava todo alegre, se achava o zagueiro do seu time de coração, Corinthians.
Gritava sempre que ali na zaga, ele controlava, e Sr Salvador apoiava e confiava.
Terminado o jogo, Piron todo alegre, pois havia feito um gol de cabeça, no cruzamento, ganhando o jogo com o gol dele, foi uma festa só Sr Salvador pagou Tubaina para todo mundo.
De repente, Piron começou a ficar pensativo. Começou a procurar o tabuleiro de pirulito; quando encontrou, estava tomado de formiga, e ele precisava dar conta para sua mãe!
Naquele dia foi um desespero para o Piron, mas no fim, tudo deu certo.
Sua mãe muito sábia, ensinou-lhe uma grande lição:
“Primeiro a obrigação, depois a diversão!”
Denilson Costa