O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou novas diligências no âmbito da Operação Sisamnes. A decisão atende a um pedido da Polícia Federal, com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A investigação apura o possível envolvimento de servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em um esquema de vazamento de informações sigilosas e favorecimento de partes em processos que tramitam naquela corte superior.
As novas medidas autorizadas incluem a realização de buscas e apreensões de celulares, computadores, mídias e outros materiais que sirvam como prova. Zanin também determinou a quebra de sigilo de dados telemáticos, incluindo informações armazenadas em nuvem, para aprofundar a apuração.
Medidas Cautelares e Indícios de Lavagem de Dinheiro
Além das novas diligências, o ministro Zanin, como relator, determinou medidas cautelares contra os investigados. Entre elas estão o bloqueio de ativos financeiros, a proibição de contato entre os envolvidos e a vedação de saída do país.
O ministro considerou que há indícios de diversas operações suspeitas, como empréstimos, dívidas e operações comerciais simuladas. Segundo as investigações, essas ações teriam o objetivo de disfarçar a devolução de valores, caracterizando possível lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal identificou uma complexa estrutura financeira e empresarial utilizada para ocultar pagamentos que seriam, na verdade, supostas propinas. Quatro modalidades de lavagem de dinheiro foram apontadas: saques e depósitos em espécie, uso de contas de passagem, emissão de boletos sem lastro real e operações de câmbio paralelo por meio de doleiros. Registros de transferências financeiras envolvendo servidores investigados também foram encontrados, com rendimentos oficiais incompatíveis com o padrão de vida observado.
Origem da Investigação Ligada a Homicídio:
As apurações da Operação Sisamnes tiveram início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri. O celular apreendido com ele continha diálogos que indicavam acesso indevido a decisões judiciais e possível influência nos resultados de processos judiciais.
Roberto Zampieri, de 56 anos, foi morto na noite de 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Ele estava em sua picape quando foi atingido por tiros. Durante a investigação do homicídio, a Polícia Civil identificou todos os envolvidos no crime, incluindo o mandante, o executor, o intermediário e o financiador. Os responsáveis pela execução foram presos no início de 2024 e transferidos para Cuiabá.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – editor de conteúdo
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