Operações na Paraíba descobrem esquema internacional de narcotráfico

João Pessoa (PB) – Operações conjuntas de órgãos do Brasil e Itália, entre eles o Ministério Público Federal (MPF), buscam desarticular rede internacional de tráfico de drogas. Deflagrada nesta terça-feira (10/12) a Operação Conexão Paraíba, prendeu uma pessoa e duas foram alvo de mandados de busca e apreensão, em João Pessoa, segundo informações da Polícia Federal.

Além da Conexão Paraíba, há outra operação, batizada de Mafiusi, que investiga grupo criminoso que, em tese, utilizava a Rota do Atlântico para transportar cocaína de países da América do Sul para a Europa, escondida em navios cargueiros e por vias aéreas. Ao todo, nas duas operações, foram expedidos 18 mandados de prisão preventiva no Brasil e um mandado de prisão na Espanha contra supostos membros de grupos criminosos ligados ao tráfico internacional de drogas e à máfia italiana, além de 46 mandados de busca e apreensão em endereços localizados nos estados da Paraíba, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Roraima, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Bloqueio de bens

Além disso, estão sendo cumpridas determinações de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam cerca de R$ 126 milhões. As medidas foram autorizadas pela Justiça Federal do Paraná e da Paraíba e pelo Judiciário italiano, a pedido do Ministério Público dos dois países.

Na Paraíba, a investigação começou após a prisão de dois integrantes da máfia italiana em João Pessoa, em maio de 2021, revelando o papel estratégico do estado na logística de transporte de drogas para a Europa. Durante as apurações, foram identificados vínculos entre indivíduos e organizações locais com a estrutura internacional do crime organizado.

Os investigados nas duas operações são suspeitos de integrar um esquema sofisticado de envio de grandes carregamentos de cocaína para a Europa. Há indícios de que a droga era transportada pelo método conhecido como “rip-on/rip-off“, em que o entorpecente era escondido em contêineres com cargas lícitas, com destino a portos europeus. Segundo as investigações, a organização criminosa também utilizava aeronaves privadas para transporte aéreo de drogas a aeroportos na Europa.

Estima-se que, entre 2018 e março de 2024, o grupo movimentou bilhões de reais em transações financeiras ilegais. Esses valores foram lavados, supostamente, por meio de uma rede de empresas e contas bancárias utilizadas para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos.

A Equipe Conjunta de Investigação (ECI) responsável pelas apurações foi criada em 2019, a partir da assinatura de um acordo entre a Secretaria de Cooperação Internacional (SCI) do MPF e as autoridades italianas. Desde então, o trabalho conjunto permitiu desvendar as estreitas conexões entre as estruturas mafiosas italianas, espalhadas no Brasil e na Itália, e as organizações criminosas brasileiras de tráfico de drogas.

As investigações também contaram com o apoio dos organismos de cooperação jurídica e policial da Europa (Eurojust e Europol), do Departamento Italiano de Segurança Pública, da Direção Nacional Antimáfia e da Diretoria Central Antidrogas italianas, da Coordenação-Geral de Repressão a Drogas da Polícia Federal do Brasil e da Embaixada da Itália em Brasília (DF).

 

Com informações de assessoria

Wagner Sales – Editor de conteúdo

Foto: Divulgação

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