Rio (RJ) – A cerimônia de abertura dos jogos paraolímpicos foi uma linda festa na Champs-Elyses.
Beth Gomes, campeã paralímpica e recordista mundial do lançamento de disco e o nadador Gabriel Araújo foram os porta-bandeiras da delegação brasileira.
Esta é a XVII edição dos Jogos, que tiveram a sua primeira edição em Roma, 1960.
História
Você conhece a história das Paralimpiadas?
Em 1944 na cidade inglesa de Stoke, havia um hospital para soldados da Segunda Guerra Mundial que tinham doenças na medula. O diretor do hospital, o alemão Ludwig Guttmann, acreditava que a prática esportiva poderia melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A partir de 1948, a cidade de Stoke passou a sediar anualmente competições esportivas, que incluíam atletas convidados de outros países a partir da década de 50.
Em 1960, a competição foi para Roma sede dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Foi a primeira Paraolimpíada. Atletas de 23 países participaram das competições.
Em 1964, ocorreu a II edição das Paraolimpíadas, mas a partir de 1968, na Cidade do México, os Comitês Organizadores das Olimpíadas não demonstraram interesse em organizar as Paraolimpíadas.
Com isso, os Jogos Paraolímpicos passaram a ser disputados em cidades diferentes das Olimpíadas e foram perdendo a visibilidade ao longo dos anos.
A primeira participação de brasileiros foi nas Paraolimpíadas de 1972 e a primeira medalha foi na edição seguinte, em Toronto 1976.
A partir de Seul 1988, as Paraolimpíadas voltaram a ser disputadas na cidade dos Jogos Olímpicos. Isso fez com que os atletas paralímpicos utilizassem as mesmas instalações esportivas dos olímpicos e fez crescer a visibilidade do evento.
A partir dali o esporte paralímpico brasileiro começou a tornar-se uma potência mundial.
Se em Barcelona 1992, o Brasil ganhou 7 medalhas, na edição seguinte, em Atlanta 1996, foram 21 medalhas. Um crescimento de 200%.
Com a criação do Comitê Paralímpico Brasileiro em 1995, os esportes paralímpicos se organizaram e tiveram um crescimento exponencial. Essa organização aliada aos investimentos da Lei das Loterias e da Lei Piva fez com que as modalidades se desenvolvessem.
Em 2015, foi inaugurado o Centro de Treinamento Paralímpico, um espaço com mais de 95 mil metros quadrados e que antes da pandemia da covid-19 recebia mais de 20 mil atletas por ano.
Além dele, existem Centros de Referência do Esporte Paralímpico, espalhados em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
Esses fatores fizeram com que o esporte paraolímpico brasileiro se tornasse uma potência e se fixasse no Top 10 do quadro de medalhas a partir de 2008.
A evolução do esporte no Brasil tem sido muito grande. Dos Jogos de Pequim em 2008, até Tóquio, foram 234 medalhas paralímpicas, mais da metade do total de 373 medalhas que o esporte paralímpico conquistou até hoje. Dessas são 109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze.
O maior medalhista paralímpico brasileiro é o nadador Daniel Dias, que conquistou 27 medalhas (14 de ouro, 7 de prata e 6 de bronze). Disputou a sua última Paraolimpíada em Tóquio.
Objetivos
O Comitê Paralimpico Brasileiro tem alguns objetivos em Paris.
-Bater o recorde total de medalhas em uma edição das Paraolimpíadas, que é de 72 medalhas na Rio 2016 e em Tóquio;
-Ultrapassar o número de medalhas de ouro conquistadas também em Tóquio (22);
-Chegar ao Top 5 no quadro geral de medalhas. Em Tóquio terminou em sétimo lugar, a melhor colocação do Brasil.
Apesar de serem metas ousadas, não são impossíveis de serem batidas.
Esportes como atletismo e natação sempre dão muitas medalhas ao Brasil.
A bocha e judô são esportes que também sempre trazem medalhas.
Destaques
Individualmente alguns dos destaques são Beth Gomes, campeã paralímpica e recordista mundial do lançamento de disco, Petrúcio Ferreira, o homem mais rápido do mundo e multicampeão no atletismo.
Na natação temos Gabriel Araújo, Maria Carolina Santiago e Phielipe Rodrigues. Phelipe é o maior medalhista brasileiro em atividade, com 8 pódios.
E o que dizer do futebol de cinco. A Seleção Brasileira foi campeã paralímpica em todas as edições desde que o esporte estreou nas Paraolimpíadas de Atenas. Nunca perdeu uma partida e segue como principal favorita ao HEXA.
O goalball brasileiro também vive um bom momento no masculino e no feminino.
E vocês, gostam das Paraolimpíadas? Sabiam dessas curiosidades?
Com informações de Salvador Gama
Wagner Sales – Editor de conteúdo