Pede, moleque,pede!

O pé de moleque é um dos doces mais emblemáticos do Brasil, um verdadeiro símbolo que carrega em sua doçura a essência da nossa história colonial. Originário do século XVI, esse quitute é uma mistura de amendoim torrado e rapadura, que, ao se fundirem, criam uma delícia crocante e irresistível. Mas o que poucos sabem é que, por trás de sua simplicidade, existem várias histórias que explicam sua curiosa nomenclatura.

Uma das explicações mais populares para o nome “pé de moleque” remete à expressão que ressoava nas ruas das cidades coloniais: “Pede, moleque, pede!” Era o grito das quituteiras, mulheres que, com suas panelas fumegantes, ofereciam o doce aos passantes. Para afastar os meninos travessos que tentavam roubar um pedaço, essas mulheres usavam essa frase, quase como um encantamento.

Mas, ironicamente, o que se pretendia era proteger o seu produto, enquanto a inocência das crianças, que apenas desejavam um pouco daquelas guloseimas, se tornava parte da narrativa. Outra versão interessante diz que o nome se refere à aparência do doce, que, ao ser cortado em pedaços, assemelha-se aos pés descalços dos meninos que brincavam nas ruas de paralelepípedos. Esses meninos, com seus pés sujos e calejados, corriam livres, deixando suas marcas no chão, assim como o pé de moleque deixou sua marca na cultura brasileira.

O pé de moleque é mais do que um doce; é um pedaço da nossa história. Ele nos conecta com as memórias de uma infância despreocupada, onde a maior preocupação era conseguir um pouco daquela iguaria deliciosa. É um convite a refletir sobre nossas raízes e a reconhecer que, mesmo em tempos difíceis, a resistência e a criatividade sempre encontraram formas de florescer. Ao saborear um pé de moleque, somos transportados para um passado repleto de histórias.

Para afastar os meninos travessos que tentavam roubar um pedaço, essas mulheres usavam essa frase, quase como um encantamento. Mas, ironicamente, o que se pretendia era proteger o seu produto, enquanto a inocência das crianças, que apenas desejavam um pouco daquelas guloseimas, se tornava parte da narrativa. Outra versão interessante diz que o nome se refere à aparência do doce, que, ao ser cortado em pedaços, assemelha-se aos pés descalços dos meninos que brincavam nas ruas de paralelepípedos. Esses meninos, com seus pés sujos e calejados, corriam livres, deixando suas marcas no chão, assim como o pé de moleque deixou sua marca na cultura brasileira.

O doce é um testemunho da infância nas cidades, onde a simplicidade e a alegria eram encontradas em pequenas coisas. E não podemos esquecer do calçamento colonial, feito de pedras irregulares, que também era chamado de “pé de moleque”. As ruas de paralelepípedos eram o cenário da vida cotidiana, onde as crianças brincavam e os adultos se apressavam, muitas vezes ignorando a beleza das pequenas coisas, incluindo os doces que passavam por elas. Assim, o pé de moleque se torna uma metáfora para um Brasil que, embora marcado pela dureza do passado, sempre encontrou um jeito de adoçar a vida.

Cada mordida é uma viagem no tempo, uma conexão com a cultura que nos moldou. E, enquanto saboreamos esse doce, podemos imaginar as crianças correndo pelas ruas de pedra, os gritos das quituteiras ecoando no ar, e a alegria simples de um momento compartilhado. Assim, o pé de moleque se ergue como um ícone da culinária brasileira, um símbolo de infância, inocência e resistência. Que, ao apreciá-lo, possamos lembrar das histórias que ele carrega e das lições que podemos aprender com cada pedaço: que a vida, mesmo cheia de desafios, sempre pode ser adoçada com um pouco de criatividade e amor. E que, assim como os meninos do passado, nunca devemos deixar de correr atrás do que nos faz felizes, mesmo que isso signifique pedir, mais uma vez, por um pedacinho de doçura.

Denilson Costa.

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