Policiais civis da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) do Rio realizaram, nesta quarta-feira (05/02), a “Operação Ouro Negro”, contra integrantes de uma organização criminosa especializada no furto de petróleo e derivados de dutos subterrâneos. O grupo é liderado pelo contraventor Vinicius Drumond e tem forte conexão com o jogo do bicho, que financia diretamente duas operações criminosas. O objetivo foi o cumprimento de mandados de busca e apreensão em residências dos alvos, empresas de fachada e depósitos clandestinos.
Segundo as investigações, Drumond tem envolvimento em diversas atividades ilícitas, como jogo do bicho, agiotagem, lavagem de dinheiro e corrupção. A ação visa a impactar o esquema de furto de combustível, mas também as bases financeiras da contravenção.
Rastreamento
O contraventor já esteve relacionado a investigações anteriores da Polícia Civil, mas sua atuação sempre foi marcada pelo uso de “laranjas” e intermediários para dificultar o rastreamento de suas atividades. De acordo com a DDSD, as provas coletadas evidenciam sua participação direta e liderança nesse esquema.
A organização criminosa operava com uma estrutura hierarquizada, que contava com setores especializados em perfuração de dutos, transporte e armazenamento de combustíveis furtados; rede de informantes para monitorar ações policiais e evitar operações de repressão; e empresas de fachada e “laranjas” para lavagem de dinheiro e disfarce das atividades ilícitas.
Toda a atividade ilegal era financiada com recursos do jogo do bicho, que havia empregado para comprar equipamentos sofisticados de perfuração de dutos, para alugar veículos para transporte de combustíveis e movimentação de recursos e para pagar colaboradores e intermediários envolvidos na proteção do esquema criminoso.
No curso da investigação, os agentes apuram ainda a possível relação do contraventor com o homicídio de um advogado, em fevereiro do ano passado, em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro do Rio. A locadora de veículos utilizada pelo grupo criminoso para facilitar o furto de petróleo é a mesma envolvida no caso do assassinato.
O crime, segundo apurado, teria relação com possíveis conflitos internos da contravenção, e indícios apontam o envolvimento de pessoas ligadas ao jogo do bicho. O veículo usado no homicídio foi alugado por uma empresa de fachada supostamente vinculada à mesma organização.
Essa possível ligação evidencia a complexidade da rede criminosa, mostrando que o grupo não se limita a delitos financeiros, mas também está envolvido em crimes violentos, incluindo execuções ligadas à disputa de poder no submundo da contravenção.
Além do líder da organização, também foram alvos da operação dois personagens – que não tiveram seus nomes divulgados – já conhecidos das autoridades por sua longa trajetória na prática desse tipo de crime. Ambos possuem um histórico consolidado em esquemas de furto de combustíveis e outras atividades ilícitas, atuando como peças-chave na estrutura do grupo.
A família de um deles, inclusive, tem fortes ligações com a contravenção carioca, sendo reconhecida por sua participação em atividades ilegais relacionadas ao jogo do bicho. O homem exerce um papel estratégico dentro do grupo, sendo o responsável direto pela administração das operações criminosas na região do Sul Fluminense. Sua atuação envolve desde o gerenciamento logístico das ações de furto de petróleo até o controle de esquemas de lavagem de dinheiro e proteção das atividades ilícitas, consolidando sua importância no funcionamento da rede criminosa.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – Editor de conteúdo