Por dentro do encontro (quase) alheio

Rio (RJ) – Mal entrou junho, o mês que dá início ao segundo semestre, quando ainda pipocam festas juninas – julinas também, na sequência – e já começaram as reuniões de confraternizações de grupos daqui e dali para comemorar o “fim” do ano.

No comecinho do mês passado recebi uma mensagem de voz da Jacyra Lucas (jornalista, apresentadora de TV – foi uma das principais âncoras de telejornais da TV Manchete – diretora de programas de televisão e de comerciais entre outras “cozitas” mais) me perguntando se eu iria no encontro da Manchete. Fiquei intrigada pois não tinha o menor conhecimento deste evento. Liguei logo pra Lili (Eliane Gomes, a jornalista que agenda nossos encontros da Bloch Editores) que mal sabia desse assunto, mas me informou que, da editora, apenas a Dalce (Dalce Maria, também jornalista das boas, que passou pela reportagem de diversas revistas da Bloch, algumas como Editora) havia confirmado presença. Pensei…pensei… e retornei para a Jacyra, também em mensagem de voz, me desculpando e dizendo que não iria porque, do povo da TV, eu a conhecia (me arrisco a dizer que somos amigas fraternas) apenas. De resto, me lembrava bem dos rostos que apareciam na telinha. Quanto aos demais, meu conhecimento não passava de encontros eventuais nos corredores, embora sempre com sorrisos e acenos.

Eu só não esperava que, ao me enviar outra mensagem de voz, a Jacyra me daria uma boa e divertida bronca. Algo do tipo como você não vai porque era da editora e o encontro é da televisão? Desse jeito, então, eu não posso ir no da editora? Depois de explicações e argumentações de uma e de outra, me veio a informação que seria no bar do antigo hotel Novo Mundo. Daí bateu uma baita saudade e as lembranças do quanto frequentei aquele então elegante bar comandado pelo maitre/garçom Martins,  na companhia de queridos e competentes coleguinhas _ ali também a gente aprendia – muitos dos quais já não estão mais por aqui.

Na verdade, nossos “happy hours” quase que diários, muitas vezes se transformavam em calorosas reuniões de pautas. Capas polêmicas desta ou daquela revista podiam ser decididas ali e até quem ficava ou quem saia de algum cargo de chefia. Do pequeno e aconchegante bar dos meus tempos de Bloch Editores não sobrou nada. Atualmente é um dos movimentados e modernos bares do Zeca, o Pagodinho. Obviamente o detalhe evidenciado na decoração são fotos do famoso sambista por todo lado. E tem vários ambientes espalhados pelo térreo. No local destinado ao grupo da Manchete, destaca numa das paredes, uma vistosa bandeira da Portela, Escola de Samba de coração do Zeca. Aos sábados, honrando a tradição carioca, num outro espaço tem o bufê de feijoada e um pequeno palco para barulhento samba ao vivo, ocupa outro espaço maior.

Quando cheguei, estranhando bastante o bar, que agora ocupa todo o térreo do antigo prédio da Rua do Russel número dois, fui muito bem recebida pelo Luiz Santoro, célebre jornalista e escritor, que durante anos apresentou o excelente Jornal da Manchete, ali no ofício de anfitrião. Mesmo com o passar dos anos, o conheci logo, tão acostumada estava de vê-lo na telinha e nas áreas comuns dos – eram dois ligados entre si – imponentes prédios da Manchete. A Dalce, colega da Editora que eu não encontrava desde o ano 2000 já estava lá. Já a Jacyra Lucas, com quem me encontrei muitas outras vezes, demorou a chegar. Foi uma alegria só e nós três contribuímos para aumentar a deliciosa algazarra que apresentadores, repórteres, cinegrafistas e técnicos em geral da inesquecível TV Manchete faziam neste memorável encontro.

A partir de hoje e toda quinta-feira, Luzia Salles estará colaborando com nosso TV e Famosos, trazendo informações do que acontece nos bastidores da TV com histórias deliciosas que só ela sabe contar. Seja bem vinda.

Wagner Sales – Editor de conteúdo