Carolina Maria de Jesus, mostrou que mulheres negras, pobres e faveladas também eram dignas nas prosas e poesias, subvertendo uma trajetória onde racismo, sexismo e desigualdade social pareciam ser as únicas possibilidades para corpos como o seu.
A Autora em “Quarto de despejo: Diário de uma favelada” (1960) que Carolina teve sua obra reconhecida pelo mundo. Vendendo mais de 1 milhão de exemplares desde sua publicação, o livro contém trechos de diários de Carolina escritos entre 1955 e 1960, com versos nascidos nos encontros com a fome, no cotidiano de catar papel nas ruas de São Paulo e na sobrevivência na extinta favela do Canindé, zona norte da capital.
A valorização de trajetórias e vivências negras no país, o trabalho de Carolina Maria de Jesus também dialoga com a Lei nº 10.639, que institui a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil, o movimento de trazer mulheres negras para a sala de aula surge para a sociedade entender que a história do povo preto sempre existiu e tem muito a ensinar, e contribuir.
“O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora.”
Trecho do livro “Quarto de Despejo”
Autor: Carolina Maria de Jesus
Denilson Costa