Dubai – A emergência climática vai dominar as discussões da 28ª edição da Conferência das Nações sobre Mudanças Climáticas (COP28), que começou nesta quinta-feira (30/11), em Dubai, nos Emirados Árabes. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da abertura oficial com chefes de Estado, nesta sexta-feira (1º), e deve enfatizar que a preservação da floresta precisa do apoio de países desenvolvidos, sugerindo também uma coalizão de nações com florestas tropicais. O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, compõe a comitiva brasileira e estará na abertura do evento.
O Brasil apresenta a boa notícia da redução do desmatamento na Amazônia e na Mata Atlântica este ano, mas ainda colhe resultados negativos no Cerrado, com 11 mil quilômetros quadrados devastados entre 2022 e junho de 2023.
Para o deputado Nilto Tatto (PT-SP), o Brasil chega com protagonismo na COP 28:
— Por aquilo que o Brasil está fazendo internamente, buscando caminhos pra fazer a transição ecológica, transição energética, diminuindo o desmatamento, o Brasil vai vir com uma postura de cobrar mais responsabilidade do conjunto dos países, em especial dos países desenvolvidos que mais contribuem com as emissões — disse Tatto.
Produção de combustíveis fósseis
Mas um assunto balança os resultados da COP: a produção de combustíveis fósseis, principal componente do aquecimento global. Especialistas estão céticos quanto a um compromisso mais firme, já que Estados Unidos e China, maiores poluidores do mundo, terão participação mais tímida nessa edição da conferência. Os presidentes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping, não vão comparecer à COP.
Apesar disso, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse acreditar que as cobranças sobre a redução da queima de combustíveis fósseis vão pautar a conferência.
— Nós não temos como escapar de fazer um enfrentamento desse tipo de debate. O mundo precisa de uma transição energética, essa transição precisa ser a mais rápida possível. Então é um tema muito forte nessa conferência é um tema que vai ser muito cobrado, inclusive porque está sendo realizado no país que é um dos maiores produtores de petróleo no mundo e esse é um debate muito forte aqui — expôs.
A COP 28 segue até o dia 12 de dezembro em Dubai, Emirados Árabes. 70 mil pessoas, entre comitivas com autoridades de mais de 150 nações e sociedade civil, devem comparecer à conferência.
Nessa quarta-feira (29), Rodrigo Pacheco participou de reunião com empresários da Arábia Saudita.
— Da nossa parte, como Poder Legislativo, juntamente com o Poder Executivo, numa harmonia que se busca constantemente, de equilíbrio entre os dois Poderes, queremos fazer parte desta solução, jamais fazer parte do problema. É esse o nosso intuito, por isso estamos aqui, para expressar os nossos melhores votos para que essa reunião bilateral possa ser uma reunião com resultados efetivos e possa ser a consolidação de um laço já muito antigo de relações diplomáticas entre o Brasil e a Arábia Saudita — afirmou Pacheco.
Lula já está em Dubai
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Dubai, nos Emirados Árabes, no final da tarde desta quinta-feira, 30 de novembro, no horário local, para cumprir uma agenda repleta de compromissos durante a Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, a COP 28.
Em Dubai, Brasil defenderá proposta de remunerar a “floresta em pé”
“Vamos para a COP discutir a preservação da Floresta Amazônica e ver se os países ricos estão dispostos, efetivamente, a fazer os investimentos para os países que têm floresta manterem suas florestas em pé e o povo tomando café, almoçando e jantando todo dia, porque embaixo de cada copa de árvore mora um cidadão brasileiro”, afirmou Lula, em conversa com jornalistas brasileiros antes da decolagem em Doha, no Catar, onde participou da abertura do Fórum Econômico Brasil – Catar: Oportunidades e Negócios e teve um encontro bilateral com o Emir Tamim bin Hamad al-Thani.
Na Expo City Dubai, palco da COP 28, Lula inicia a agenda nesta sexta-feira, 1º de dezembro, no evento de boas-vindas às delegações, às 10h30 no horário local (3h30 de Brasília) e, na sequência, se encontra com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, na primeira reunião bilateral do dia.
Em seguida, ele participa da Sessão de Abertura da Presidência da 28ª COP e, depois, deverá discursar na Primeira Sessão do Segmento de Alto Nível para Chefes de Estado e de Governo.
A agenda de Lula em seu primeiro dia na COP 28 dia ainda prevê encontros bilaterais com presidente de Israel, Isaac Herzog; com o secretário-geral da ONU, António Guterres; com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; com o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez; e com o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali.
Lula tem uma visita ao Pavilhão do Brasil na COP 28 prevista para o fim do tarde, antes de comparecer a um jantar especial batizado de A Amazônia: uma experiência imersiva, ao lado do xeique Mohamed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos.
“Nós estamos com um vasto programa, muito grande, de energia verde e renovável. Nós estamos com um vasto programa de recuperação de terras degradadas. Acho que a discussão que vai se dar na COP ainda pode não ser decisiva, mas acho que vamos ter que mudar o jogo para que as pessoas aprendam que o planeta não está brincando. O planeta está avisando: cuidem de mim porque senão são vocês que vão perder”, frisou o presidente.
Com Agência Senado / assessoria PR
Wagner Sales – Editor de Conteúdo