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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (8 de maio de 2025) os dados do módulo anual da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) referentes a 2024. A pesquisa revela que o Brasil alcançou patamares recordes em indicadores de renda e registrou os menores níveis de desigualdade desde o início da série histórica em 2012.
Em 2024, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita, que representa a soma de todas as rendas da população, atingiu o maior valor da série: R$ 438,3 bilhões. Esse resultado reflete um crescimento de 5,4% em relação a 2023 e de 15% na comparação com 2019, o ano anterior à pandemia. O rendimento mensal real domiciliar per capita (a média de renda por pessoa nos domicílios) também alcançou o maior valor da série histórica, chegando a R$ 2.020 em 2024, com alta de 4,7% ante 2023 e 19,1% frente a 2012 (R$ 1.696). Entre as regiões, o Nordeste apresentou o menor valor (R$ 1.319) e o Sul, o maior (R$ 2.499). As unidades da Federação com os maiores rendimentos per capita foram Distrito Federal (R$ 3.276), São Paulo (R$ 2.588) e Santa Catarina (R$ 2.544), enquanto Maranhão (R$ 1.078), Ceará (R$ 1.210) e Amazonas (R$ 1.231) registraram os menores valores.
A análise do IBGE aponta que três importantes indicadores de desigualdade de rendimento na PNAD Contínua caíram aos menores níveis da série histórica. Em 2024, a razão entre o rendimento dos 10% da população com os rendimentos mais elevados e os 40% com os menores rendimentos foi de 13,4 vezes, o menor patamar da série (o pico foi 17,1 vezes em 2018). Da mesma forma, a razão entre o 1% mais rico e os 40% com menor renda também atingiu seu menor nível, chegando a 36,2 vezes (o auge foi 48,9 vezes em 2019). O Índice de Gini do rendimento mensal real domiciliar per capita, que mede a concentração de renda (onde 0 é máxima igualdade e 1 é máxima desigualdade), alcançou seu menor nível histórico em 2024: 0,506 (o Gini mais alto da série foi 0,545 em 2018).
Segundo Gustavo Fontes, analista do IBGE, fatores como “o dinamismo do mercado de trabalho nos últimos anos, com a elevação do nível de ocupação e o crescimento do rendimento médio do trabalho, inclusive nos décimos mais baixos, bem como os reajustes do salário mínimo e o recebimento de benefícios de diferentes programas sociais do governo” podem explicar o crescimento do rendimento médio, especialmente nas classes de menor renda. Os dados mostram que, de fato, o aumento no rendimento per capita entre 2023 e 2024 ocorreu de forma mais intensa nas classes de menor renda.
Os patamares recordes de rendimento em 2024 estão associados ao aumento na população com rendimento (143,4 milhões), com rendimento do trabalho (101,9 milhões) e que recebe aposentadoria e pensão (29,2 milhões), contingentes que atingiram seus maiores números desde 2012. A participação da renda do trabalho na renda domiciliar per capita cresceu de 74,2% para 74,9% entre 2023 e 2024, embora ainda abaixo da máxima de 2014 (76,9%). A população que recebe benefícios de programas sociais do governo também aumentou, de 18,6 milhões para 20,1 milhões, mas está longe do pico de 2020 (27,5 milhões). A participação desses programas na renda per capita variou de 3,7% para 3,8%, bem abaixo do ápice de 2020 (5,9%), mas acima de 2019 (1,7%). A proporção de domicílios com beneficiários do Bolsa Família atingiu o auge da série em 2023 (19%) e recuou ligeiramente em 2024 (18,7%). O presidente Lula destacou que o governo seguirá trabalhando para fortalecer a economia e garantir proteção e desenvolvimento para todos.
Com informações de Agência Gov.
Wagner Sales – Editor de conteúdo
Foto: Agência Gov.
