Durante o Urban 20 (U20) – o encontro de prefeitos das principais cidades do G20 – o Rio de Janeiro anunciou oficialmente sua adesão à iniciativa Breathe Cities para expandir dados sobre a qualidade do ar, conscientizar as comunidades e tomar medidas específicas para conduzir a ação climática e garantir que 6,7 milhões de pessoas respirem um ar mais limpo.
Representando o prefeito Eduardo Paes, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que a poluição do ar é um problema que a prefeitura do Rio quer enfrentar com rigor, a exemplo do que vem fazendo com o clima e o trânsito:
– Fomos a primeira cidade do Brasil a adotar um protocolo que prevê a suspensão de atividades em dias de calor extremo. Nosso próximo passo é fazer isso em relação à qualidade do ar.
O Rio é a 14ª cidade do mundo a aderir ao Breathe Cities, um projeto que reúne instituições como o Clean Air Fund, a C40 Cities e a Bloomberg Philanthropies. Prefeitos de outras cidades que já adotaram o programa, como Joanesburgo, na África do Sul, e Acra, em Gana, também participaram do encontro.
Poluição do ar
O Breathe Cities Rio prevê redução da poluição do ar em 10% até 2027, chegando a 30% em 2030. Para isso, será tomada uma série de ações na cidade, tais como:
- Dar suporte e assistência técnica para implementação de um Distrito de Baixa Emissão no Centro, eletrificação dos ônibus da cidade, expansão do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) e um novo hub de transportes em Madureira, na Zona Norte.
- Expandir a rede de monitoramento da qualidade do ar da cidade com sensores de alta precisão e baixo custo para identificar pontos críticos de ar tóxico e fontes de poluição.
- Aumentar a consciencialização pública sobre a poluição atmosférica, especialmente entre as comunidades que são desproporcionalmente afetadas.
Também presente ao evento, o secretário nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, Adalberto Maluf, apresentou dados preocupantes sobre os efeitos da poluição atmosférica, como a redução na expectativa de vida. E elogiou o fato de o Rio estar tomando a frente para melhorar a qualidade do ar:
– A maior parte das emissões de gás carbônico vem do transporte urbano, e o Rio é uma cidade que tem enfrentado isso, fazendo corredores de ônibus, ciclovias, ações para pedestres e melhoria dos veículos. Uma criança que cresce num ambiente poluído não terá, aos 15 anos, a mesma capacidade cognitiva de outra da mesma idade que não vive num local assim. Quem mora na periferia de grandes cidades, como São Paulo, por exemplo, perde entre 4 e 5 anos de expectativa de vida em relação aos habitantes de Curitiba, por exemplo.
Para o diretor-executivo do Breathe Cities, Jaime Pumarejo, o Rio está dando um exemplo importante para a América Latina, ao assumir o compromisso de um desenvolvimento urbano sustentável:
– Este é um momento importante para mostrar ao mundo que a ação em prol do ar limpo é uma ação climática. Um ar mais limpo salva vidas, reduz as emissões de carbono e pode contribuir para cidades mais inclusivas, justas e prósperas.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – Editor de conteúdo