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São Gonçalo Inaugura Ecoponto no Zé Garoto: Lixo Por Dinheiro Digital

A Prefeitura de São Gonçalo (RJ) inaugurou nessa sexta-feira (16/05) mais um ecoponto na cidade. Localizado na Praça Estephânia de Carvalho, no bairro Zé Garoto, este é o terceiro ecoponto no município, que já contava com unidades no Barro Vermelho e em Santa Luzia. A iniciativa permite que os cidadãos troquem resíduos e materiais recicláveis por dinheiro digital, creditado em um cartão que pode ser utilizado em estabelecimentos comerciais de São Gonçalo.

A inauguração, que contou com a presença do prefeito Capitão Nelson, reforça a importância do projeto para a cidade. O prefeito destacou que os ecopontos oferecem sustento a quem troca material reciclável e auxiliam na emissão de documentação necessária para pessoas que buscam os serviços e não possuem documentos, através da Assistência Social. O município planeja instalar mais dois ecopontos nos próximos meses, totalizando cinco unidades: uma no Alcântara e outra na unidade de Tribobó do Sest Senat.

O projeto Ecoponto faz parte da campanha “Limpa São Gonçalo”, desenvolvida pela Secretaria de Conservação da Prefeitura, com apoio da Ecos Sustentável. Ele está alinhado com a Meta 18 do Plano Estratégico Novos Rumos, que prevê a implantação da coleta seletiva de lixo no município.

Edson Leal, secretário de Conservação, ressaltou a localização estratégica do novo ecoponto no Zé Garoto, um ponto central de grande circulação. Ele enfatizou o objetivo de mostrar a importância da coleta seletiva e da reciclagem para o meio ambiente e para as famílias que geram renda com seus resíduos. Edson Freitas, consultor ambiental, elogiou a iniciativa como um exemplo de política sustentável que pensa no futuro.

Serviços, Materiais Aceitos e Funcionamento:

Nos ecopontos de São Gonçalo, são aceitos diversos tipos de materiais recicláveis, incluindo:

  • Plásticos: Garrafas PET, potes, embalagens em geral.
  • Papéis: Jornais, revistas, folhetos, caixas de papelão.
  • Vidros: Potes, garrafas, copos, cacos.
  • Metais: Latas de alumínio e aço, pregos, tampas, panelas, cobre, ferro.
  • Eletros: TVs, computadores, celulares, rádios, geladeiras, microondas.
  • Óleo de cozinha vegetal usado.

O processo é simples: o cidadão leva os resíduos até o ecoponto no contêiner, pesa os materiais e recebe o valor correspondente em dinheiro digital no cartão. De lá, os resíduos são separados, levados para outros ecopontos por caminhão e, por fim, encaminhados para empresas de reciclagem.

O novo ecoponto no Zé Garoto funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h. Os ecopontos já existentes no Barro Vermelho (Rua Lúcio Tomé Feteira) e em Santa Luzia (Rua Visconde Seabra) operam em horários semelhantes.

O projeto Ecoponto de São Gonçalo foi reconhecido na etapa estadual do XII Prêmio Sebrae Prefeitura Empreendedora (PSPE 2024), na categoria Sustentabilidade e Meio Ambiente. Os dois ecopontos anteriores já reciclaram mais de 400 toneladas de materiais.

Celebração e Outras Iniciativas:

A inauguração do ecoponto no Zé Garoto coincidiu com a celebração do Dia Mundial da Reciclagem (17 de maio). O evento contou com distribuição de mudas e brindes, exposições de empresas parceiras de reciclagem e uma feira de artesanato do Projeto Lidera Mulher. Projetos da Secretaria de Meio Ambiente e Transportes, como o “Projeto Meu Ambiente” e “Estudo Vivo”, focados em alunos de escolas municipais, também foram apresentados.

Contraponto: O Impacto nos Catadores Tradicionais:

Apesar dos benefícios do projeto, a implantação dos ecopontos pela prefeitura de São Gonçalo não considera a atividade econômica das catadoras e catadores tradicionais da cidade. A categoria, embora muitas vezes invisível, desempenha um papel fundamental na economia da reciclagem no Brasil. Eles são a principal fonte de matéria-prima secundária para a indústria, geram renda e promovem inclusão social para milhares de pessoas, reduzem custos para a indústria e o poder público (coleta e aterros) e são essenciais para a economia circular. Sua atuação também incluí uma logística reversa informal em áreas de difícil acesso. A importância econômica e ambiental dos catadores tradicionais é um pilar muitas vezes ignorado nas políticas públicas de gestão de resíduos.

Atuante no fórum de economia solidária circular que representa São Gonçalo em Brasília como delegada nas pautas sociais, e de mitigação dos efeitos climáticos, Laudicea Basílio observou que a implantação dos ecopontos é válida, mas a prefeitura precisa valorizar e estimular as cooperativas de catadores como forma de apoiar a renda dos trabalhadores. A cidade conta com duas cooperativas de catadores: Cooper Recoopear, Cooper Brasil Recicla. Como coordenadora do Grupo de Trabalho da Reciclagem do Fórum Estadual da Economia Solidária, Basílio observou que a prefeitura deveria chamar as cooperativas existentes no município para implantar a coleta seletiva com trabalhadores que já atuam no município e também qualificar as dezenas de pessoas que hoje dormem nas ruas da cidade. A medida certamente daria dignidade e fonte de renda para os catadores, a exemplo do que acontece em outras cidades brasileiras.

 

Com informações de assessoria / reportagem

Wagner Sales – editor de conteúdo

Foto: Renan Otto

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