Luanda (AO) – As empresas privadas de segurança e sistema de autoproteção na província de Luanda começaram a ser notificadas pela Polícia Nacional para que entreguem as armas de guerra que possuem. A medida que abrange todo o país tem como objectivo promover a substituição das armas de guerra por aquelas de defesa de calibre permitidos por lei, A medida tem validade de 15 dias, a contar de 18 de Fevereiro a 05 de Março de 2025. Para os operadores de empresas privadas, a Polícia Nacional falha por não tornar a operação extensiva à população em uma campanha porta a porta.
“Substituir as armas de guerra por armas orgânicas nomeadamente espingardas de calibre 12 mm e pistolas semiautomáticas de calibre superior a 6.75 mm é deixar as empresas e lojas vulneráveis aos ataques dos grupos de marginais que vão continuar a fazer o uso de armas de guerra na realização das suas acções criminosas contra os agentes de segurança privada munidos apenas armas de defesa. Isso é brincadeira! Se mesmo com arma de guerra nós somos atacados por esses marginais que também usam armas de guerra, imagina o inverso?”, questionam, com receio de se identificarem à nossa reportagem, os agentes de segurança privada das agências bancárias, lojas e armazéns na província de Luanda.
Números
O diretor-adjunto da direção de Comunicação Institucional e Imprensa da Polícia Nacional, Subcomissário, Mateus de Lemos Rodrigues disse que a operação é uma resposta à perda de elevados números de armas de guerra pelos operadores das empresas privadas de segurança para os marginais. A operação é denominada “Recolha D’Armas de Guerra”.
De Janeiro de 2024 a Fevereiro de 2025, as empresas de segurança privada perderam 254 armas para criminosos. A medida de recolha de armas, segundo Mateus Rodrigues, surge após a determinação da Polícia Nacional de Angola aos operadores de segurança privada, para que entregassem, de modo voluntário, as armas de guerra. No período do início de 2024 até 31 de Julho do mesmo ano, período prorrogado até 31 de Dezembro de 2024, as empresas entregaram apenas 1.548 armas, restando um total de 40.494 armas por entregar.
“As empresas entregaram um total de 1.548 armas, restando um total de 40.494, que a operação prevê retirar destas empresas e sistemas de autoproteção, método que visa impor o uso de armas orgânicas designadamente as espingardas de calibre de 12 mm, pistolas semiautomáticas de calibre superior a 6.75 mm”, explicou o Director-Adjunto da Direcção de Comunicação Institucional e Imprensa da Polícia Nacional, ao garantir que as “forças estão mobilizadas em todo território nacional, para o cumprimento da operação no período estabelecido”.
Rodrigues assegurou que, para venda de armas adequadas e treinamento profissional dos agentes de segurança, foram autorizados e licenciados armeiros e empresas.
Com informações de Geraldo José Letras (Correspondente em Angola)
Wagner Sales – Editor de conteúdo