Por: Jorge Eduardo Magalhães
A Rua Treze de Maio, que no passado chamou-se Guarda Velha, é um local interessante. De um lado pode se contemplar a imponência do Theatro Municipal (é escrito desta forma mesmo), do outro, prédios e pessoas circulando de um lado para o outro.
Quando passo sozinho por essa rua, quase sempre alguém vem me entregar panfletos com anúncios de casas de massagem e de garotas de programas nos prédios locais. Alguns são mais ousados, mostram as fotos das meninas, através do celular e se oferecem para te levar até as respectivas salas onde as mesmas atendem. Geralmente, passo por lá com pressa e coloco os panfletos no bolso para não jogar no chão, esquecendo-me de jogá-los em uma lixeira. Ainda bem que minha esposa não se importa e recolhe tudo do meu bolso ao jogar minha calça na máquina.
Caminhando por essa rua, surgem em minha mente os fatos importantes que aconteceram naquela data no decorrer da história. No dia 13 de maio de 1809, D. João VI fundou a Guarda Real de Polícia, que é hoje a nossa Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Pode-se observar no brasão da corporação, muito comum em suas viaturas, uma coroa com a sigla GRP.
Na mesma data, no ano de 1881, nascia o escritor Lima Barreto e, sete anos depois, era assinada a Lei Áurea, libertando os escravos. Em sua crônica “Maio”, publicada na Gazeta da Tarde, em 1911, descreve a sua emoção, em seu sétimo aniversário, quando a princesa Isabel surgiu à janela do Paço, acenando: “afinal a lei fora assinada”.
Para os torcedores tricolores, creio que é de grande valor saber que foi na citada data, no ano de 1914, que o Fluminense ganhou o apelido de “pó de arroz”, em uma partida contra o América, quando o jogador do time das Laranjeiras, Carlos Alberto, colocou pó de arroz para clarear sua pele, sendo satirizado pelo torcida rival. O jogo ficou em um a um.
Recordo-me de todas essas datas, sigo em direção à Rua Evaristo da Veiga: lá está o imponente Quartel General da Polícia Militar, que no passado foi o Convento dos Barbonos. Hoje a gloriosa corporação está completando duzentos e quinze anos de existência.
Preciso encontrar uma lixeira para jogar fora os panfletos de casas de massagem.
Acessem meu blog: http://jemagalhaes.blogspot.com
Adquiram meu livro UMA JANELA PARA EUCLIDES
editorapatua.com.br/uma-janela-para-euclides-dramaturgia-de-jorge-eduardo-magalhaes/p
Muito interessante esse regate da nossa história! Excelente!