Por: Jorge Eduardo Magalhães Só queria um último abraço. Que loucura que fiz em minha vida! Conheci-a quando ainda estávamos no colégio, namoramos, casamo-nos. Tivemos três lindos filhos. Entretanto, ela parecia dar prioridade em ser mãe; dava-me pouca atenção. As crianças a consumiam o tempo inteiro. Acabei me encantando por uma mulher bem mais jovem. Deixei tudo para trás para …
Leia mais »Jorge Eduardo Magalhães Jedu Magalhães
Protegendo-me de mim mesma
Por: Jorge Eduardo Magalhães Sei que é difícil de quem está de fora entender. As pessoas sempre irão achar que ele me oprime, maltrata, prendendo-me aqui neste quarto, isolando-me de tudo e de todos. Tomou meu celular, sou proibida de entrar na internet e de me comunicar com minhas antigas companhias. Em compensação, tenho uma estante de livros à minha …
Leia mais »Feriadão
Por: Jorge Eduardo Magalhães Vivo em um ambiente familiar ruim. Caí no erro de construir em cima de minha sogra. Minha casa se transformou na extensão da sua, e a mãe de minha esposa entra a toda hora, sem pedir licença, abrindo a geladeira, perguntando por que está faltando comida e o motivo pelo qual não fiz compras. Aliás, meu …
Leia mais »Compulsão
Por: Jorge Eduardo Magalhães Bem que o sargento, ainda no recrutamento, disse para eu só atirar contra alguém em legítima defesa, pois matar gera dependência e compulsão. Não acreditei. No início matei uns pivetinhos que praticavam roubos no comércio onde eu fazia segurança. Fiz a limpa no local e adquiri prestígio entre comerciantes. Tomei gosto pela função e uni o …
Leia mais »A morte da tia
Por: Jorge Eduardo Magalhães – Oi. Já cheguei. Estou aqui no bar te esperando. Depois quero te levar àquele motel que falei. Finalmente vamos nos encontrar. Na semana passada você desmarcou porque tua filha estava doente, na retrasada porque choveu no teu bairro. – Estou aqui no hospital com minha tia. Ela se sentiu mal. Vou me atrasar um pouco. …
Leia mais »Como eu vim parar aqui
Por: Jorge Eduardo Magalhães – Como eu vim parar aqui? Você não é o primeiro a me perguntar isso. Para os outros, eu invento diversas histórias tristes; mas, para você, falarei a verdade, sempre quis trabalhar nisso. Eu ainda tinha meus quatorze anos, era virgem e pensava: quando eu completar dezoito anos, irei procurar uma casa para trabalhar. Com quinze, …
Leia mais »Santinha
Por: Jorge Eduardo Magalhães Meus caros devotos, vocês que veneram, com devoção a Santinha, desde que ela decidiu renunciar a tudo e se enclausurar em um convento, considerando-a uma mulher sublimada por Deus, atribuindo diversos milagres a ela, estão redondamente equivocados, em relação à sua pessoa. A Santinha não se enclausurou por nenhum chamado divino, como a crença popular profere …
Leia mais »Aquela pessoa
Por: Jorge Eduardo Magalhães Quando olho aquela pessoa dormindo ao meu lado, sinto ódio, nojo, desprezo. Tenho vergonha de andar com ela na rua, de apresentar aos meus amigos, de levar nas festas familiares. Sei que quis ter uma postura politicamente correta, mostrar para as pessoas que era uma pessoa descolada, sem preconceitos, entre outras falácias. Agora, sinto-me infeliz ao …
Leia mais »Preguiça
Por: Jorge Eduardo Magalhães Sempre fui aluno médio para ruim. Tinha preguiça de estudar. Aos trancos e barrancos, terminei os estudos. Cursei e me formei em uma faculdade de fundo de quintal no curso de Pedagogia ou Administração, não me lembro mais; guardei o diploma na gaveta. Fiz um concurso público para escriturário, ganho pouco, mas trabalho em uma repartição …
Leia mais »A mulher tatuada
Por: Jorge Eduardo Magalhães Começou com a pequena tatuagem de um golfinho no lado direito das costas. Achou fofo, bonito. Tatuou uma estrela do outro lado. Adorou. Tatuou uma fada no tornozelo direito, depois um duende no esquerdo e assim por diante. Agora está tatuada da cabeça aos pés. Nem havia se dado conta disso. As pessoas olhavam para ela …
Leia mais »