Por: Jorge Eduardo Magalhães O seu quarto era o único lugar limpo da casa. Era, justamente, o local onde Ana Flor se trancava para ficar concentrada em seus pensamentos. O seu refúgio. Ali, deitada em sua cama, olhando para o teto, perdida em seus pensamentos, começou a recordar os bons tempos de sua infância e parte da adolescência. Um dia, …
Leia mais »Jorge Eduardo Magalhães Jedu Magalhães
O DOCE SABOR DA MIQUELINA: CAPÍTULO 3 – Refrigerantes Miquelina
Por: Jorge Eduardo Magalhães Para cessar o escândalo da mãe, Ana Flor, morrendo de vergonha, voltou ao bar do Toninho para comprar os famigerados Refrigerantes Miquelina, mesmo estando fora da validade. O homem lhe vendeu as bebidas com um sorriso sarcástico no rosto, que claramente significava “Eu sabia que você voltaria”. Sentia-se mal com toda aquela situação, tinha consciência de …
Leia mais »O DOCE SABOR DA MIQUELINA: CAPÍTULO 2 – Sandrinha Miquelina
Por: Jorge Eduardo Magalhães Desde criança, Sandra Isabel, sua prima, filha de sua tia Evilásia, irmã de sua mãe, apresentava aptidões artísticas. Nas festas da família, cantava e dançava com desenvoltura. Tinha a mesma idade de Ana Flor e, embora se dessem bem, uma era o oposto da outra. Enquanto uma era carismática e desinibida, a outra era insossa e …
Leia mais »Caspa
Por: Jorge Eduardo Magalhães Meu maior prazer é tirar caspa, molho a cabeça e fico no sol para criar caspa. Adoro passar o pente fino na cabeça para ver cair aquelas crostas brancas em cima do móvel preto que tem em minha sala. Por causa dessa mania tornei-me uma pessoa solitária, as pessoas toleram o tabagismo, o alcoolismo, mas não …
Leia mais »O DOCE SABOR DA MIQUELINA: CAPÍTULO 1 – A dolorosa volta para casa
Por: Jorge Eduardo Magalhães Após tocar o sinal da última aula, Ana Flor dispensou a sua turma de terceiro ano do Ensino Fundamental, como sempre fazia, almoçava no refeitório a comida horrível da escola e colocava em um pote algumas sobras, dadas com má vontade pelas serventes para levar aos bichos de estimação de sua mãe. Morria de vergonha, mas …
Leia mais »Aliança
Por: Jorge Eduardo Magalhães Pode até parecer estranho, mas adoro meus falsos amigos. Sei que eles só se aproximam de mim por interesse, pelas festas, pela minha casa confortável com piscina frequentada por belas mulheres. Eles são divertidos, me bajulam, elogiam tudo o que faço, riem das minhas piadas sem graça e gosto muito disso. Não me importo que não …
Leia mais »A filha
Por: Jorge Eduardo Magalhães Sabe, doutor, não adianta falar com minha filha que aquele homem está a aprisionando, fazendo perder a sua vida. Está certo que somos pobres, nossa casa é pequena e vivemos aglomerados, mas pelo menos somos livres, aquele homem a tirou de casa ainda adolescente e a colocou confinada naquela casa. Sabemos que sua casa é grande, …
Leia mais »A voz bondosa
Por: Jorge Eduardo Magalhães Passando por esta praia, lembro-me há anos atrás quando queria acabar com minha vida me atirando neste mar violento por causa do meu amor não correspondido por aquela ingrata. Foi aquela voz bondosa que percebeu minhas intenções e me convenceu a desistir de tal loucura. Acho que por gratidão que me casei com a dona daquela …
Leia mais »Monólogo em três atos
Por: Jorge Eduardo Magalhães No camarim improvisado do espaço teatral, na verdade, um sobrado transformado em teatro, a velha atriz, que já teve seus dias de glória, arruma-se diante do espelho com luzes ao redor onde algumas já estão queimadas. O cheiro de mofo é insuportável. O camareiro entra avisando que faltam apenas dois minutos para o espetáculo, um monólogo …
Leia mais »O restaurante
Por: Jorge Eduardo Magalhães O restaurante é bom, tem boa comida. A noite com minha mulher é maravilhosa. Antes de ir ao toalete peço a conta. Quando volto, a conta está em cima da mesa e minha mulher não está lá. Deve também ter ido ao toalete. Quando vou pegar a carteira para pagar, ela desapareceu. Será que minha mulher …
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