O ANJO EPISTOLAR: CAPÍTULO 59 – Em busca do autor das mensagens

Por: Jorge Eduardo Magalhães

Olhando pela janela do meu apartamento, não consegui identificar ninguém me espreitando em frente ao prédio. Ainda olhei, verifiquei todos os cantos da rua. Inclusive, a estava vazia. Desci pelo elevador para verificar se encontrava alguém suspeito pelos arredores.

Andei pelas ruas do bairro em busca do autor das mensagens. Fiquei observando os transeuntes para tentar descobrir algum suspeito, inclusive alguns moradores de rua, que estavam debaixo de uma marquise. Todos pareciam suspeitos, tinha a impressão de que o mundo me ameaçava…sabiam o que eu fizera.

Vários pensamentos passaram em minha mente. Tive o impulso de me entregar à polícia, dizer onde havia escondido o corpo da minha esposa. Aos poucos, a racionalidade foi apagando meu lado passional. Sentei-me em um bar, pedi um chope e pensei no que poderia fazer.

Olhei o celular e as mensagens haviam sido apagadas e meu número bloqueado. Comecei a querer me convencer de que aquilo tudo não passava de um trote e uma mera coincidência. A pessoa viu que não colou e acabou me bloqueando. Provavelmente, me chantagearia.

E se não fosse coincidência? Se fosse alguém que realmente soubesse o que eu havia feito? Cogitei a hipótese de fugir. Sim. Largar tudo, sair do Rio, talvez até do Brasil, em um lugar onde ninguém me conhecesse. Largaria o Patrulha Carioca, trocaria de número de celular, tudo novo, uma nova vida. Terminei de beber o meu chope e fui para casa com esses pensamentos.

Ao entrar na portaria do meu prédio, levei um enorme susto, pois me deparei com Lisa e suas bagagens me esperando.

NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.

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