A ninfeta queimada

Por: Jorge Eduardo Magalhães

 

Faz dois meses que Belzinha saiu do hospital. Está totalmente desfigurada por causa das cicatrizes das queimaduras. No fundo, o Padrinho sente remorsos, sente-se culpado pela tentativa de suicídio da afilhada, mas sofre mais por ter perdido a casa mobiliada prometida por Totonho em troca de Belzinha que devido às queimaduras não é mais a ninfeta do bairro.  Ela nada fala, parece estar em constante estado de choque. O queixo colou no pescoço, os braços e a barriga, enrugados. Devido ao seu sentimento de culpa, faz uns carinhos em Belzinha sentindo certo prazer, mas depois vem o asco, tem vontade de matá-la, mas logo se arrepende do seu pensamento.

Convence a afilhada que devem morrer juntos, a vida não faz mais sentido para eles. Belzinha toma primeiro o veneno misturado no café. Chega a sua vez de beber, o Padrinho não tem coragem gritando, enquanto a afilhada agoniza dando o suspiro final:

– Fala comigo meu amor, não me deixe!

Acessem meu blog: http://jemagalhaes.blogspot.com

 

Adquiram meu livro UMA JANELA PARA EUCLIDES

editorapatua.com.br/uma-janela-para-euclides-dramaturgia-de-jorge-eduardo-magalhaes/p   

Sobre Jorge Eduardo Magalhães Jedu Magalhães

Jorge Eduardo Magalhães Jedu Magalhães

Check Also

Os dois portugueses

Por: Jorge Eduardo Magalhães Em uma segunda feira, mais especificamente no dia 25 de abril …

One comment

  1. Avatar

    Que triste drama!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Sign In

Register

Reset Password

Please enter your username or email address, you will receive a link to create a new password via email.